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Prédio do antigo Hotel Martins

Recentemente aqui no Turistória, escrevemos sobre a Rua Riachuelo, uma das mais tradicionais e antigas de Curitiba. Ao longo dos mais de cem anos da rua, nela estiveram diversos prédios e estabelecimentos dos mais variados ramos. Alguns ali ficaram por mais tempo, outros por menos, outros mudaram de dono ou de ocupação.


Neste artigo falaremos sobre um desses edifícios: o do Antigo Hotel Martins, que hoje é o Edifício Regina Weiss de Castillo. Sua localização é o nº 110, na Rua Riachuelo, entre as ruas Alfredo Bufren e a Praça Generoso Marques. Boa parte das informações obtidas sobre ele estão no livro “As muitas vistas de uma rua: histórias e políticas de uma paisagem – Curitiba e a Rua Riachuelo”, lançado em 2014 pela Editora Máquina de Escrever.


Origem


O prédio foi construído entre 1927 e 1930 para abrigar o Hotel Martins, que ocupava os dois andares superiores, enquanto no térreo havia quatro lojas. Uma dessas era a fábrica e loja de calçados dos irmãos José e Diogo Muggiati. Outra era a Casa Constantino, que vendia artigos masculinos. No local por um tempo havia também a empresa de relógios e jóias Heisler, Dalit & Cia.


O prédio foi projetado por um dos primeiros arquitetos modernistas do Brasil, Frederico Kirschgässner, e construído por Guilherme Weiss - por isso o edifício levava o nome “Guilherme Weiss”.

Kirchgässner é responsável também por outras construções na capital paranaense, entre elas uma casa projetada para seu irmão na Rua Visconde de Nácar, nº 36, e outra na Rua Portugal. Além destas, a mais famosa e a primeira obra de arquitetura modernista de Curitiba: a Casa Kirchgässner. Sobre ela e sobre as outras construções de Frederico Kirchgässner nós do Turistória já escrevemos em maiores detalhes neste link.


O Hotel Martins, que ficava na Riachuelo, no entanto, não era uma manifestação tradicional do modernismo como outros edifícios de Kirchgässner; ele possui caráter eclético com elementos do
art nouveau.


De, provavelmente, 1930 até 1936, o hotel foi administrado por Martins Jaruga. Usamos o termo "provavelmente" pois temos a certeza da data de transferência de administração, mas não temos fontes que provam que Jaruga era quem administrava o hotel desde o início. O que temos são provas de que o hotel era dele desde pelo menos 1932.


Em Março de 1936, Jaruga transferiu a administração do Hotel Martins para Olympio Martins, é o que nos informa a edição de 15 de março de 1936 do Jornal O Dia. Ele o fez porque estava abrindo outro hotel: o Palace Hotel, que ficava localizado na Rua Barão do Rio Branco, nº 62.


Olympio Martins, por sua vez, deixara de administrar o Hotel Odeon para estar à frente do Hotel Martins. Uma observação que podemos fazer disso é a de que havia uma rotatividade de donos entre os hóteis da capital e do Estado, em que as mesmas pessoas muitas vezes administravam diversos hotéis ao longo da vida.




Desse período até mais recentemente são escassas as informações que temos sobre o Hotel Martins. Embora o hotel não exista mais, seu edifício ainda está em pé.


Atualmente


Em 1991, o edifício sofreu um incêndio e ficou por anos inativo. Em 2018, foi restaurado como parte do empreendimento All You Need, da Thá Engenharia. Hoje o nome do edifício é Regina Weiss de Castilho e é ocupado para a habitação. Tendo em vista sua importância histórica e cultural para Curitiba, o prédio é um Unidade de Interesse de Preservação (UIP).




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