Inaugurado na Rua Trajano Reis em 2018, o Dungeons é reconhecido na cidade por valorizar a cultura nerd e uma boa cerveja! Ele também finaliza o que poderíamos chamar de rota dos botecos da Trajano: a rota se inicia lá em cima, na Igreja do Rosário, e chega ao seu destino no Dungeons. Felipe Petri recentemente batizou essa rota de “Trajano Hells" por seu fluxo criativo-destrutivo.

Curiosidades: Quase em frente ao Dungeons estão duas casas muito antigas. A primeira é branca e em sua lateral consta “J1897P”. Não conseguimos informações sobre o motivo das letras “J” e “P”, mas quanto a “1897”, presumimos que seja o ano de construção da casa. Sabemos também que a casa teve notórios moradores. Um deles foi Joaquim Antônio de Moraes Sarmento, cearense patrono da Polícia Militar do Paraná e alferes, que lutou ao lado de João Gualberto na Guerra do Contestado.

Ao lado dessa casa, há uma azul em estado precário de conservação, onde morou a família Stenzel - o casal Maria Luisa Raschendorfer e João Stenzel. Um de seus filhos e, pode-se dizer, o membro mais famoso da família é Erbo Stenzel, escultor nascido em Curitiba em 1911 e que possui diversas de suas obras espalhadas por importantes locais da capital paranaense — responsável, entre outras esculturas, pelo Homem Nu e pela Mulher Nua, que estão na Praça Dezenove de Dezembro.

Logo acima do Dungeons está o Cemitério Municipal São Francisco de Paula, que foi fundado em 7 de dezembro de 1854. Sabemos, porém, que Curitiba já tinha 161 anos em 1854. Diante disso, você pode se perguntar: onde enterravam os corpos antes disso, já que cemitério não havia? Eles eram enterrados na Igreja Matriz, na Igreja do Rosário, na Igreja da Ordem e nas Ruínas da Igreja São Francisco de Paula. Isso porque, até então, acreditava-se que a realização de enterros nesses locais sagrados era uma das condições para o salvamento da alma do falecido.

Por motivos sanitários, desde meados do século XIX, foi difundida na Europa uma política sanitarista, que associava o ar poluído pela decomposição dos corpos à disseminação de doenças. Assim, logo que o Paraná foi emancipado, uma das primeiras atitudes do presidente da província, Zacarias de Góes e Vasconcellos, foi fundar o Cemitério Municipal, com o intuito de mostrar à população curitibana que ele seguia as recomendações das autoridades médicas.

Desde 1854, no cemitério, que fica no Bairro São Francisco, foram enterradas, além de diversas personalidades famosas da história de Curitiba e do Paraná, mais de 92 mil pessoas, em mais de 5,7 mil túmulos.

Atualmente, a pesquisadora Clarissa Grassi realiza visitas guiadas dentro do cemitério, por meio das quais conta a história de diversas personalidades de Curitiba que ali estão enterradas.

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