Essas lindas arvorezinhas, também conhecidas como Manacá-da-Serra, Jacatirão, ou Quaresmeira, são daquelas árvores lindas, impossíveis de não se notar no caminho. E Curitiba está cheia delas!!! Na chegada do inverno, ou na quaresma, elas enchem a cidade de flores lindas e coloridas, ela também é um dos símbolos da cidade de Curitiba.
Como quase todo mundo que tem um irmão ou irmã, muito parecido, as duas “principais” espécies de Manacá que ocorrem por aqui são frequentemente confundidas. No Paraná, ocorrem cerca de 30 espécies do gênero Tibouchina, o mesmo do Manacá, porém, aqui, falaremos apenas de duas Tibouchina mutabilis
e Tibouchina pulchra.
A nossa queridinha Tibouchina mutabilis
está por toda a cidade, com suas flores roxas. Já a sua irmã, Tibouchina pulchra, possui flores que se abrem brancas e tornam-se, cor-de-rosa. Todas essas espécies de “Manacá” são nativas da Mata Atlântica e crescem ao longo da Serra do Mar e da mata com Araucárias.
As duas possuem flores que mudam de cor conforme os grãos de pólen vão amadurecendo. Não à toa, uma das espécies desse gênero é chamada de “mutabilis” - quando se abrem, as flores são brancas, passando pelo lilás até chegar ao roxo, o mesmo acontece com as flores de suas “irmãs”, o que muda são o formato das folhas, pilosidade e formato do caule, dentre outras características que os botânicos amam.
O fenômeno de mudança de cor das flores tem a ver com seu papel ecológico, e serve para sinalizar aos polinizadores (geralmente abelhas) que as flores foram recém-abertas e estão prontas para a polinização. As cores mudam porque os insetos enxergam tons de cores ultra-violeta e a mudança de cor de branco para roxo/rosa indica que a flor já foi polinizada!
A foto ao lado mostra a mudança de cor da flor do Manacá e como a cor da flor é vista pelos olhos humanos e pelas abelhas. A mudança é um indicador ecológico para a abelha e identifica quais flores ainda precisam ser polinizadas.
A foto foi retirada de um artigo que estuda as relações ecológicas das abelhas com os Manacás. O estudo foi publicado por Vinícius L. G. Brito, Kevin Weynans, Marlies Sazima e Klaus Lunau em 2015.
E você aí, achando que o Manacá era apenas mais uma arvorezinha em uma das tantas calçadas de Curitiba…