Em Curitiba, ainda no ano de 1852, era extinta a “Sociedade Fraternidade Curitibana”, que deu origem à “Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba”, na qualidade de organização filantrópica, sendo seu primeiro provedor o Comendador Manoel Gonçalves de Moraes Roseira.
O padre Antônio Teixeira Camello, já com intenção de auxiliar, realizou a doação, por testamento, do imóvel ao lado da Igreja Matriz (na Praça Tiradentes), no qual se instalou um pequeno ambulatório para atender aos enfermos.
Em 1853 chegou em Curitiba, a pedido de Zacarias de Góis e Vasconcelos, o dr. José Cândido da Silva Murici. Logo depois, com o Paraná já emancipado, o médico baiano assumiu o cargo de Vacinador Provincial (equivalente ao cargo de secretário de saúde).
Dr. Murici atendia os doentes no precário ambulatório instalado na praça Tiradentes, já centro da cidade à época (e sobre a qual você já leu aqui no blog). Porém, ele entendia a necessidade da criação de instalações hospitalares mais adequadas, sobretudo com os surtos de doenças ocorrendo em Paranaguá e com a possibilidade de Curitiba ser atingida.
Em 1866, o dr. Murici se tornou provedor da Irmandade e, em 1868, foi lançada por ele a pedra fundamental da construção do prédio da Santa Casa, na atual praça Rui Barbosa. A escassez de recursos da Irmandade fez a obra durar 12 anos, com o próprio dr. Murici se engajando na arrecadação de fundos com a sociedade curitibana da época.
Infelizmente, apesar de todos os esforços, o médico não viu a obra ser concluída, pois faleceu em março de 1879, aos 52 anos. Diante disso, assumiu o cargo de provedor e a responsabilidade pela obra o dr. Antonio Carlos Pires de Carvalho e Albuquerque, também médico e genro do dr. Murici.