O Hornero Café foi inaugurado no Alto São Francisco, em Curitiba, em outubro de 2021, pelo casal argentino Ariel Santos e Pamela Sosa. A casa é especializada em empanadas, bife à milanesa e choripan, que podem ser degustados ao som de um ótimo tango, com bom preço e excelente atendimento. O clima no Hornero pode facilmente ser confundido ao da cidade portenha, e isso não é por acaso: Ariel e Pamela são profundos conhecedores da cultura e, principalmente, da culinária argentina. A escolha do nome Hornero demonstra bem tudo isso: Hornero é a ave de la patria (o João de Barro no Brasil), que é o símbolo da Argentina — coincidência ou não, as empanadas são feitas por Ariel em fornos de barro, como manda a regra.

Curiosidades: quase em frente ao Hornero estão vários patrimônios tombados da cidade de Curitiba, localizados na Praça João Cândido e arredores. O mais imponente é o Palácio Belvedere (para conhecê-lo melhor, clique aqui), inaugurado em 1916 e localizado no centro da praça, de pintura amarela. Ele se singulariza pelas portas e janelas em formato de ferradura (assinatura de Cândido de Abreu, prefeito e responsável pelo seu projeto arquitetônico). Atualmente, é sede da Academia Paranaense de Letras e de um café.

Ao lado do Belvedere, estão as Ruínas do São Francisco (cuja história você pode conferir aqui), resquícios daquilo que era para ter sido uma igreja dedicada a São Francisco de Paula, com a frente voltada para a Serra do Mar, cuja obra, realizada por pessoas escravizadas, nunca foi concluída. Como disse o poeta Paulo Leminski, “Nunca houve uma igreja de S. Francisco naquele lugar. Nossas são as ruínas que já nasceram ruínas”. E complementa: “no Alto de S. Francisco as ruínas da igreja que poderia ter sido, mas não foi, monumento sobranceiro a todas as nossas frustrações, nossos fracassos, nossas pequenas derrotas, obelisco gritando a falência de todos os nossos grandes sonhos”.

Logo à frente da Praça João Cândido também está o Palácio São Francisco, onde atualmente funciona o Museu Paranaense, espaço gratuito e com brilhantes exposições sobre a história e memória do Paraná (você pode conferir algumas fotos dele aqui). O Palácio foi construído a pedido do comerciante de carnes e fazendeiro Júlio Garmatter, em 1929, e depois foi adquirido pelo Estado para ser sede do governo e depois do TRE, até virar museu, em 2007.

Observação: gostaríamos de falar aqui sobre a Sociedade Protetora dos Operários, instituição fundada na década de 1880 por escravizados e libertos, em Curitiba. Entretanto, sua histórica sede, localizada há mais de um século ao lado da Praça João Cândido, foi recentemente demolida pelo poder público, para tornar-se um estacionamento murado na cor amarela - você pode ler mais sobre a Sociedade aqui).